Antiga sede d' "A Batalha" vai ter lápide alusiva ao centenário do jornal anarco-sindicalista e da CGT
Março 22, 2019
Desde sempre o anarquismo viveu nos locais de trabalho, mas também no centro das cidades, onde se localizavam os teatros, as salas, os espaços públicos onde eram realizados os seus comícios e actividades, tal como era aí que se situavam grande parte das sedes dos seus sindicatos.
Temos reivindicado que nos edificios mais carismáticos dessa actividade devem ser colocadas placas assinalando de forma correcta esta história passada cheia de ensinamentos para o futuro.
Agora, no centenário de A Batalha, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou uma resolução em que se prevê a colocação de uma lápide no edificio da Calçada do Combro onde funcionou a redacção de A Batalha, até ao seu encerramento pelo regime fascista em 1927.
É uma decisão que saudamos, embora provinda de um organismo de carácter político/administrativo, e que esperamos que seja posto rapidamente em pratica.
Mas, e tendo em vista a necessidade de dar centralidade à acção anarquista, teríamos visto ainda com melhores olhos a cedência, em simultâneo, por parte da Câmara (como tem feito a muitas entidades e associações) de instalações condignas para "A Batalha" no centro da cidade e não numa cave dos Olivais, onde actualmente está instalada.
Mas fiquemos com a decisão tomada na reunião da AML de 12 de Fevereiro, aprovada por todos os grupos parlamentares, à excepção dos do CDS e MPT, que se abstiveram:
"Ao
Jornal “A Batalha”
A Assembleia Municipal de Lisboa, na sua sessão realizada no dia 12 de fevereiro de 2019, deliberou e aprovou o documento que abaixo se indica.
Para que o mesmo possa ser consultado na íntegra deverá aceder ao sitio da AML, no endereço abaixo indicado.
Proposta nº 003/DM IND Rui Costa – “Evocação dos 100 anos do jornal “A Batalha” e os 100 anos da Confederação Geral do Trabalho”(DM IND Rui Costa)
Aprovada por Maioria
(Ausência de um Deputado (a) Municipal Independente da Sala do Plenário)
Teor da Deliberação:
A Assembleia deliberou:
“1 – Evocar a memória da resistência anarco-sindicalista à Ditadura Militar e ao Estado Novo e de todos os que a integraram.
2 – Saudar o jornal “A Batalha” pelo seu centenário.
3 – Recomendar à Câmara Municipal de Lisboa a colocação de uma placa evocativa na fachada do Palácio Marim-Olhão, gravada em aço e com o texto a vermelho e negro (cores do anarco-sindicalismo) com a seguinte inscrição:
“É n’A Batalha onde se pode ter a noção das duas grandes coisas que eu amo na vida, o Futuro e a Liberdade.”
Ferreira de Castro
Neste edifício funcionou durante a I República o diário operário A Batalha, a Confederação Geral do Trabalho e as Juventudes Sindicalistas sendo as suas instalações assaltadas pelos esbirros da ditadura em 1927.
1919-2019, centenário de fundação do jornal anarco-sindicalista A Batalha e da Confederação Geral do Trabalho.”
aqui: https://www.am-lisboa.pt/301000/1/011415,000568/index.htm